A canção do zazen de Hakuin Ekaku




Desde sempre todos os seres são Budas.
Como a água e o gelo : não há gelo sem água
Fora de nós não há Budas

Sem perceber quão próxima está essa verdade, nós a buscamos tão longe
Como alguém imerso dentro d’água
Chorando desesperadamente de sede
Como o filho de um  rico homem
que vagueia na miséria desnorteado

A razão porque nós vagamos
através dos Seis Reinos é porque
nós estamos perdidos nas trevas da ignorância.

Como poderemos nos liberar do nascimento e da morte?
Não há palavras que sejam suficientes para elogiar a  prática do zazen

Observar os preceitos, arrepender-se e doar-se : tudo isso vem da prática do zazen
Mesmo aqueles que sentaram-se em zazen apenas uma vez
Lograrão superar o karma.

Não mais eles irão encontrar maus caminhos,
E a Terra Pura não estará muito longe.

Se nós escutarmos esta verdade mesmo que apenas uma vez
E com o coração aberto a  louvarmos e alegremente a abraçarmos

Se ao refleti-la profundamente em nós mesmos,
Nós atingimos a auto-realização,
dando prova da verdade de que
O Eu verdadeiro é o não-Eu
Nós iremos então além da linguagem e suas astúcias
E o portal da unidade entre causa e efeito abre-se
Não dois
Nem três
Diante de nós está o caminho reto

Nossa forma sendo agora não-forma
Indo e vindo
Nós nunca saimos de casa

Nosso pensamento agora sendo não-pensamento
Cantando e dançando somos a voz e a dança do dharma.
Quão vasto e amplo
É o espaço sem fim do Samadhi!
Agora o quê mais precisamos buscar?

Quando a eterna tranqüilidade da verdade
Revela-se a nós,
Este  lugar aqui mesmo é a terra do lótus
E este nosso corpo
É  o corpo de  Buda.


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