O Zen requer profunda fé, grande dúvida e imensa perseverança.

Teisho 8

Autor: Albert Low[1]


Quando praticamos o Zen, devemos reconhecer a qualidade radical daquilo que estamos fazendo. Quando nos perguntamos O QUE É MU[2]?, QUEM SOU EU?, temos de reconhecer que essas perguntas não são perguntas banais. Em outras palavras, ao longo de nossas vidas, nós nos colocamos face a essas perguntas. Nós estamos querendo informações.

Em um nível mais profundo, podemos dizer que estamos esperando não somente por respostas, não somente conhecimento, mas queremos algo que sentimos que vai nos dar uma espécie de satisfação absoluta. É desse profundo desejo que surge a maior parte das religiões. Porque temos um desejo, sentimos que de alguma forma esse desejo tem de ser saciado. Temos essa fome imensa, essa necessidade profunda que muitas pessoas distorceram, desconectaram de sua raiz, deturparam até que esse desejo se torne luxúria, apego, ambição.

Mas, em algumas pessoas, embora essa luxúria, ambição e apego estejam presentes, há também um nível mais profundo. Deus, Jesus, Maria, Buda, Bodhisattva e Brahman entram em linha de jogo na crença de que é possível evocá-los para obter satisfação dos desejos. A maior parte das preces das pessoas pede perfeição, verdade e paz.

É o mesmo quando as pessoas vêm praticar o Zen: elas sentem que com a meditação, vão conseguir algo, que finalmente vão chegar a algum lugar, que eles vão saber alguma coisa. Mas o que eles sentirão é esse vazio doloroso que é a vida deles.

Às vezes dizemos que há religiões que trazem significado às coisas. E há religiões que retiram o significado das coisas.  A maior parte das religiões busca atribuir significado, dar suporte, conforto. Mas o Zen subtrai o significado das coisas.

No Zen dizemos: Não vire seu carro para o sul se você quer ir para o norte.  Hakuin afirma: O Zen requer profunda fé, grande dúvida e imensa perseverança.

Somos muito inquietos. Acreditamos que se apenas conseguíssemos acalmar a mente de alguma forma, nós teríamos uma vida melhor, seríamos pessoas melhores. Mas, Nisagardatta se opõe: O Self [Eu] não precisa  de descanso.

Como eu disse: você não deve fingir que não vê a natureza radical de sua prática espiritual. Através da pergunta QUEM SOU EU? nós não estamos tentando encontrar quem sou eu. Nós não estamos tentando encontrar algo chamado MU quando perguntamos O QUE É MU?

Nisargadatta diz: A mente não precisa ser levada ao descanso. Ela não está em paz. Ela é paz em si mesma!

Você está se conhecendo. E aí então, você não pode se conhecer. MU é como uma vassoura: quando você acabou de varrer o chão, você guarda a vassoura, você não a usa mais. MU não é algo que você um dia vai achar e utilizar.

Quando perguntamos QUEM SOU EU?, O QUE É MU?, o que estamos fazendo é dissolver as possibilidades de se buscar o EU. Dissolver todas as possibilidades de se buscar algo. É por isso que você deve praticar com grande intensidade. Ao menos que você busque com todas suas forças, com todo seu ser, você não poderá ir além da busca.

Dizemos frequentemente: Nada precisa ser feito. Mas ao mesmo tempo, isso não significa que a pessoa não deva fazer nada.

Para enxergar dentro da verdade de que nada precisa ser feito, você deve ir além do fazer. E não desistir antes. O Zen diz que você deve extinguir todos os recursos de seu ser. Tenho de frisar: isso não significa que você tem de se exaurir física ou emocionalmente. Mas, significa que você deve explorar cada possibilidade do ato de fazer, cada possibilidade do ato de achar uma resposta. Exaurir toda e qualquer possibilidade de ser algo.

Nisargadatta continua: Só a mente é inquieta. Tudo que ela conhece é agitação em diferentes modos e graus.

Se nós estamos buscando paz, nós estamos gerando agitação através da própria busca. Do mesmo modo, se nós estamos tentando parar de buscar a paz, nós estamos criando mais e mais perturbação.

Ainda assim quando as pessoas vêm praticar, elas ainda cerram os dentes e começam a buscar algo.

É a busca que é o importante. A pessoa não deve parar de buscar. O problema é que se  busca algo.

O que é que nos motiva a buscar? O que é isso que nos empurra constantemente? Por que não conseguimos realizar a verdade de que nós já estamos em casa?

É esse tipo de pergunta que deve ser levantado. Dogen[3], por exemplo, foi levado ao despertar por essa pergunta: Se é verdade que nós já somos despertos, que já estamos em casa, que já somos UM com tudo o que existe, por que precisamos lutar com tanta força para realizar isso?

Quando você está perguntando MU? ou QUEM?, é esse tipo de contradição que deve ser a força motriz. A pessoa não deve impor essa pergunta de fora para dentro. Você já é a pergunta. Sua vida toda já é o questionamento. Sua vida toda é, de algum modo, uma busca constante por si mesmo. É por isso que dizemos que devemos começar de onde estamos nesse momento. O que há em nós nesse momento é tudo que é necessário para que nossa prática seja totalmente realizada. Isso é o que quer dizer a frase de Nansen : A mente  cotidiana é o caminho.

Você é a pergunta. Você é o questionamento. Você é a resposta.

O problema é que dividimos a nossa experiência entre aquilo que é desejável e aquilo que não é desejável. Entre aquilo que é prazeroso e aquilo que não é prazeroso. Nossa prática é dividida do mesmo modo: entre o que é uma prática boa e o que é uma pratica ruim.  A prática boa acontece quando a mente está unificada. Quando, temporariamente, os vários aspectos da personalidade declararem verdades. A prática ruim acontece quando os diferentes aspectos da personalidade  estiverem em conflito uns com os outros. Uma inabilidade em se estar presente. O sentimento de que os pensamentos são esmagadores, dominadores. Dizemos que isso é uma má prática.

É por causa dessa divisão superficial da mente que nós bloqueamos um aspecto de nossa existência. Que somos incapazes de realmente entrar em contato com o conflito mais fundamental que existe dentro de nós. O processo de nossos pensamentos, a maneira com a qual pensamos objetiva e constantemente essa divisão ocorre porque acreditamos que se conseguirmos eliminar o mal de nossas vidas e acentuar o bem em nossas vidas, aí então encontraremos a verdade, a paz, o repouso ou o que for que estejamos buscando.

Por essa razão dizemos que a pessoa deve passar através dessa escuridão, dessa dificuldade, dessa confusão. Quando a pessoa pensa nisso, parece ser bastante fácil que é só isso que tem de ser feito. Mas, fazê-lo não é tão fácil.

Entrar de verdade dentro da confusão é tão doloroso que não conseguimos suportar por muito tempo. Mas, durante um retiro de 7 dias[4], a pessoa deve ter a coragem de só fazer isso. Você sabe que o retiro de 7 dias vai acabar. Vai chegar ao fim, embora às vezes duvidemos disso. Você vai conseguir passar por esses 7 dias. Isso não é importante, é apenas um fato.

O que é importante é como você vai passar por esses 7 dias. Será que você vai estar no retiro constantemente antecipando o fim? Nesse caso, metade de você estará sentado e a outra metade – no máximo –  estará envolvida na prática. Será que você consegue abandonar qualquer pensamento sobre o fim do retiro? Na verdade, abandonar qualquer esperança pelo final é simplesmente entrar naquilo que é agora, nesse momento?

Ao invés de você se fixar em isso é bom, isso é ruim, isso é certo e isso é errado, apesar disso poder vir de forma apavorante, você simplesmente vê algo que está acontecendo em você e não um produto daquilo que você está fazendo.

Nisargadatta diz: O prazeroso é considerado superior. E o doloroso é aniquilado. O que você chama progresso é simplesmente uma mudança do desagradável para o prazeroso.

Esses 7 dias, quando em retrospecto, você irá lembrar como tremendamente curtos, como passaram tremendamente rápido.

Convido-os, durante esses 7 dias, a não fazer essa distinção entre bom e mau.  Entremos naquilo que se apresentar.  É assim que atuamos sem atuar. É assim que você busca sem buscar algo. Esse o modo pelo qual você questiona sem querer necessariamente uma reposta em particular. A pessoa usa o questionamento como uma maneira de estar aberto ao que quer que seja.

Você é a dor na perna. Você é o sentimento de futilidade. Você é o sentimento de paz. Você é o sentimento de fome. Você é a agitação da mente.

Tudo que emerge é você. Tudo que vem à tona é MU. E ainda assim, você não é algo. MU não é algo.

Como Nisargadatta diz: O mutável não pode nos levar ao imutável. A ação não pode nos levar à fonte da ação.

Por isso dizemos: não tente mudar seu comportamento. Não tente ser uma boa pessoa. E sobretudo, sobretudo: não tente ser um zen budista!

O essencial é trabalhar a partir da parte secreta de seu ser. Enquanto nós continuarmos tentando arrumar o lado de fora, tentando fazê-lo parecer mais assim ou mais assado; tentarmos parecer mais com uma pessoa realizada, falar mais devagar, andar mais devagar… enquanto fizermos isso, a parte secreta de nós fica abafada. Como você pode ter mais fé em si mesmo? Como você pode ter fé naquela parte secreta de si mesmo, a qual, se dermos luz e espaço, ela o levará até o desejo de seu coração.

É assim. Foi isso que trouxe você aqui. Foi isso que levou Buda ao seu despertar. E só pode ser isso que pode fazer o trabalho.

Nisargadatta diz: As mudanças em si mesmas, ou seja, aquilo que é mutável não pode nos levar ao imutável porque aquilo que muda tem um começo e terá um final. Mas o Real não tem começo.

O Real não tem começo. O que é isso que é sem começo e sem fim?  O que é que não vem e não vai? O que é aquilo que não nasceu e não pode morrer?

Estamos falando sobre o agora. Nós dizemos agora. Você sempre é agora. Agora não tem começo. A pessoa não pode sair do agora para pará-lo, para acabar com o agora. Ele é imutável. O agora é sempre agora. O conteúdo muda sem parar, mas o conteúdo muda agora, no agora que é constante.

Jesus falou de vida eterna. Vida eterna é agora. Eternidade é agora. A eternidade não é algo que continua e continua e continua. Do mesmo modo que agora não continua e continua. Isso porque é sempre agora. Mas o que é agora? Quando falamos que o Real não muda, o quê não muda? O que é isso que é o agora?

Nós não estamos falando de uma experiência verbal ou uma ideia. As palavras emergem no agora. Mas o AGORA não é nem uma ideia nem uma palavra. O que é então?  Quando você está perguntando QUEM SOU EU? ou O QUE É MU?, é isso que você está perguntando. Repetimos: busque o Real.  Você está de saco cheio de teorias, crenças, pensamentos.  Eles só giram em círculos. Busque a verdade. Mas, o que é a verdade?  E tem de ser no agora que você vai encontrá-la.  Tem de ser no Real que você vai encontrar o Real.

Em outras palavras, sua prática não pode estar fazendo você se apartar, não pode estar fazendo você se separar, não pode fazer você buscar algo fora de si mesmo. Tudo que está se manifestando é um chamado. Um chamado para você voltar para casa.

Nisagardatta diz: O Real não começa, não tem começo. Ele simplesmente se revela sem começo nem fim.  O Real penetra em tudo, impregna tudo, é todo poderoso, é imutável, é a força motriz inicial, eternamente sem mudanças.

O Sutra[5] do Diamante leva esse nome pelos símbolos que o diamante evoca: um diamante tem o poder de cortar tudo, mas não pode ser cortado. O diamante é a coisa mais dura que existe na Terra. O diamante é você. O Sutra do Diamante é o SUTRA DO EU. Ou se você preferir, o SUTRA EU SOU. O Prajnaparamita[6] é o SUTRA EU SOU.

EU SOU é imutável. Eu digo: Eu sou um homem. Eu sou administrador, médico. Eu sou marido. Eu sou feliz. Eu estou faminto.  Tudo isso são mudanças. Mas ainda é EU SOU, além de todas essas mudanças. O que é isso? Quando você está se perguntando O QUE É MU? , aí está o diamante trabalhando: ele corta tudo, mas não pode ser cortado.

A Realidade é dura. É impenetrável. Nós falamos muito do vazio. Mas o vazio não é um lugar vago ou a vacuidade. O vazio é vazio porque nada mais pode ser acrescentado.

Quando você pensa em termos de vazio, você pensa em termos de espaço. Você diz que o espaço está vazio. Mas, quando você pensa nesses termos, você pensa no espaço como sendo algo fora de você, como uma extensão. Algo no qual você pode mover-se ou através do qual você se move.

Mas, o espaço não existe. Na verdade não existe espaço. O espaço surge da língua que usamos e do modo como a usamos. Hakuin afirma: Indo e vindo, nunca saímos de casa.

Indo e vindo, EU SOU sempre EU. EU SOU. EU SOU é imutável. O que está constantemente mudando é o EU SOU ISSO ou EU SOU AQUILO.

Quando você pergunta QUEM SOU EU?, volte para casa, para o imutável. Já está completo. Não está no processo de se completar.
Você pergunta: Quem é isso que caminha?

O caminhar já é EU SOU. Não há EU SOU fora do caminhar. Mas o caminhar é apenas a metade da verdade.

Nisagardatta diz: A personalidade é apenas um produto da imaginação. O Self é a vítima dessa imaginação. O que te acorrenta é o fato de achar que você é aquilo que você não é.

A personalidade é somente um produto da imaginação. O que é essa imaginação? Na maior parte dos contos de fadas, em muitos mitos, os personagens encontram monstros. A personalidade é monstruosa. Um monstro é aquilo cujas partes são estranhas umas às outras, ou seja, as partes não pertencem umas às outras. Isso é a personalidade.

O ingrediente essencial da personalidade é a memória. A memória está sempre se recolhendo dentro de si mesma.  A memória está sempre relembrando e trazendo a si própria de volta para si própria.  Mas, a personalidade não é apenas memória. É também composta de pensamentos sobre a memória.

Nós sempre qualificamos nossa memória. As pessoas dizem que não podemos mudar nosso passado. Mas estamos sempre mudando nosso passado. Estamos constantemente adicionando ou subtraindo. E colocando certas partes do passado como sendo representativas de todo o passado.

Você fala de seu passado para duas pessoas e você fala de dois passados distintos. Uma delas pergunta a você como foi a festa ontem à noite e para essa pessoa você responde que a festa foi uma chatice. Para a outra pessoa você diz que foi uma maravilha.  Tudo depende do quanto você quer convencer essas pessoas.

Esse passado está sempre se voltando para si próprio.  Mas não se trata apenas de pensamento e memória. Trata-se de uma necessidade de algum ponto de estabilidade, algum ponto de um descanso definitivo, de uma paz definitiva. Algo definitivo. Algo absoluto. É em torno desse absoluto que a memória, o pensamento e as imagens se desenvolvem. E é a isso que damos o nome de EU. Aquilo que é absoluto.

Um teólogo afirma que Deus é aquilo sobre o qual se tem mais elevado interesse. E EU é aquilo sobre o qual se tem o máximo de interesse. É de máximo interesse porque é absoluto.

Nós dizemos que você é o diamante. É nessa busca pelo absoluto que está a busca pelo diamante. O absoluto é duro. E em nossa busca pelo absoluto, nós odiamos. O ódio é buscar por esse absoluto do lado de fora. Enquanto nós estivermos separados de nós mesmos, nós continuaremos odiando.

Ódio, ambição e ignorância, essas são as fundações, as pedras angulares daquilo que chamamos de personalidade. Esse é um ensinamento básico do budismo.

Mas, é ver o mundo de cabeça para baixo que gera ignorância, ódio, ambição. O problema está em ver a si mesmo como um reflexo em um espelho.

Pensamos que o mundo é sólido. Pensamos que o mundo é absoluto. O mundo é impenetrável. Pensamos que há algo eterno no mundo porque estamos vendo o mundo como algo externo. Mas o mundo é nosso reflexo. Quando nós odiamos, tornamos as coisas sólidas. 

Algo duro. Algo que não se move.

Nossa lógica nos diz A=A, tudo é si mesmo. Mas é daí que vem nosso ódio.

Nossa prática não é para resolver problemas, mas para dissolvê-los. Como podemos dissolver nossos problemas? Abrindo mão do sentimento de separação. Abandonando a busca por algo. Mas, para abandonar a busca por algo, a pessoa deve se tornar UM com a busca por algo.

Nós não podemos nos separar de nada porque tudo é uma manifestação de nós mesmos. E isso acontece porque acreditamos que o nosso Self - nosso ser - é outra coisa, isso é ignorância e essa ignorância está sustentando a ignorância do ódio.  E está tentando preencher o buraco que é gerado em consequência disso.

É isso que chamamos de ambição.

QUEM SOU EU? Ou QUEM? O QUE É MU? ou MU? Derrame-se completamente dentro dessas perguntas. Permita que tudo emerja e dirija-se a essa saudade, essa necessidade, esse voto, essa esperança, esse desejo.

Tudo que vem à tona, permita que seja parte desse riacho de necessidades. Não julgue sua prática. Você não pode julgar sua prática! Você não pode nem mesmo julgar aquilo do qual você está separado! Uma vez que você se descola, se separa, se distingue de sua prática, não se trata mais de uma prática. É apenas uma técnica.
Acima de tudo, tenha fé em si mesmo. Não importa se você vai ou não se iluminar. Você já é iluminado. Você já está em casa. Não importa se você vem ou não para casa.  Essa já é sua condição natural.

O fato em si de que você se coloca essas questões vem do milagre que você é. Mas, mesmo assim… venha para casa. Venha para casa! Venha para casa!










[1] Teisho classificado como 683-1de7-Dec.1999-Nisargadatta, traduzido por Débora Bolsanello e revisado por Alexandre Cursino e Valéria Sattamini. 
[2] Mu é um koan utilizado durante o zazen. Koans são perguntas inegmáticas que o mestre propõe ao discípulo para ajudá-lo em sua prática da meditação.
[3] Mestre Dogen, nascido em  19 de janeiro de 1200 e falecido em 22 de setembro de 1253, é o maior exponente da escola Zen Soto e levou o Zen da China ao Japão.
[4] Os teishos traduzidos nesse blog são realizados por Albert Low durante retiros de 7 dias.
[5]  Sutra é uma palavra de origem sânscrita que significa literalmente fio ou linha que une diferentes elementos. A palavra tem origem na raiz siv, que deu origem a palavras como sew, em inglês,  (costurar) e suture, em francês (suturar). Sutra é uma coleção de aforismos que forma um livro ou manual.
[6]  Prajnaparamita ou Perfeição da Sabedoria é um conjunto de textos que aborda a sabedoria, como sendo a percepção fina que permite o reconhecimento da real natureza de todas as coisas. O Sutra do Diamante é um dos sutras do Prajnaparamita. 

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